Como saber se sou TDAH, se tenho SPI ou algum déficit cognitivo? Não consigo me concentrar por 2 minutos. Não consigo sequer tomar decisões sobre a vida.
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Dificuldades de concentração podem ter muitas causas, tais como ansiedade, depressão, fadiga, hábitos errados na leitura. TDAH é apenas uma das causas. Além das dificuldades de concentração, tem também outros sintomas para que o diagnóstico possa ser feito: tendência à superficialidade ao escrever ou descrever, tendência a interromper os outros quando falam (frequentemente com a sensação de já saber o que o outro vai dizer), dificuldade em manter-se em tarefas que exigem continuidade e, portanto, tendência de pular de uma para outra atividade, sem terminá-las, antes; tendência a perder objetos pessoais; dificuldade com pontualidade e cumprir prazos com trabalhos; inquietação motora (tendência a ficar balançando pernas, mexendo dedos, remexer-se na cadeira, quando sentado). Sensação de que a mente é muito acelerada, de que vem muitas ideias ao mesmo tempo. Tendência a ficar "viajando" nos pensamentos. Estes sintomas não precisam estar todos presentes ao mesmo tempo, mas vários deles, simultaneamente, sim. Além disto, os casos provavelmente começam todos na infância, mas há alguns estudos que dizem ser possível começar na fase adulta. Ocorre que fica em dúvida se, nestes casos, apenas ele não foi percebido, na infância. Por isto, ele é incluído entre os transtornos do neurodesenvolvimento, pois estaria relacionado a um desenvolvimento cerebral diferente da média. É importante lembrar que as pessoas com TDAH conseguem concentrar-se em várias situações, contanto que se trate de uma atividade ou assunto nos quais tenham muito interesse. A gravidade de cada sintoma também pode variar, de indivíduo para indivíduo. Finalmente, "last but not least", como qualquer diagnóstico psiquiátrico, só pode ser feito por profissional devidamente habilitado, psicólogo ou, de preferência, psiquiatra (que tem maior experiência em separar este diagnóstico de outros). O diagnóstico é "clínico", isto é, na grande maioria dos casos não há necessidade de testes e, se algum profissional (como às vezes ocorre) parte logo para fazer testes, deve-se desconfiar de sua experiência neste diagnóstico. O tratamento, com medicação e técnicas cognitivo-comportamentais, costuma ser muito bem sucedido, rápido e gratificante.